segunda-feira, 6 de abril de 2015

Série sobre a água 1

Plano de aula 1-A água no cotidiano

Objetivo(s) 
Identificar a presença da água no cotidiano e reconhecer sua importância como recurso natural indispensável à vida no planeta.
Reconhecer as diferentes etapas e processos que constituem o ciclo da água na natureza e avaliar repercussões das alterações nele promovidas pelas atividades humanas.
Conteúdo(s) 
Água: distribuição, usos e consumo e ciclo da água

Ano(s) : 1º ao 5º ano

Tempo estimado :Quatro aulas

Material necessário :Planeta Sustentável

Desenvolvimento 
1ª etapa 
Introdução 
Ao lado da biodiversidade e do aquecimento global, a disponibilidade de água está se tornando uma das principais questões socioambientais do mundo atual. Relatórios da ONU indicam que quase 20% da humanidade - cerca de 1 bilhão de pessoas - não têm acesso à quantidade mínima aceitável de água potável e aos 20 a 50 litros diários necessários para beber, cozinhar e tomar banho. Em contrapartida, o consumo per capita em países ricos como Estados Unidos e Canadá é de 300 litros diários de água. Inúmeras regiões do planeta já estão marcadas pela escassez e pelo estresse hídrico - desequilíbrio entre demanda e oferta de água, causado, entre outros fatores, pela contaminação dos recursos. Esse quadro vem gerando disputas e conflitos.
Este plano de aula inicia uma série de cinco propostas para trabalhar com a questão hídrica no Ensino Fundamental. Serão abordados aqui, sob o ângulo da sustentabilidade e do consumo consciente, a origem, composição e distribuição da água e seus caminhos pela natureza, essenciais para compreender sua importância: sem ela, não seria possível a vida na Terra.

De onde vem a água? Como ela chega até as nossas casas, pronta para o consumo? Como a utilizamos? Como podemos economizá-la, evitando o risco de o recurso faltar no futuro? Essas questões podem ser o ponto de partida para planos de estudo, projetos ou sequências didáticas sobre a questão da água.

Pode-se propor, de início, que os alunos elaborem, em pequenos grupos, listas com o uso da água em suas atividades diárias: para beber, tomar banho, escovar os dentes e lavar as mãos e o rosto, cozinhar, lavar objetos etc. Conversando entre si, podem descobrir também outros usos não diretamente ligados ao seu próprio cotidiano, como o agrícola e o industrial. Peça que todos mostrem os trabalhos à turma e discuta os resultados, destacando a presença e a importância da água em praticamente tudo o que fazemos. Aproveite e assinale, também, que ela é essencial ao organismo humano porque ajuda a regular a temperatura do corpo e a diluir ou transportar substâncias.

2ª etapa 
As turmas podem iniciar esta aula assistindo ao vídeo Saber sobre a água, da Universidade de São Paulo. Como ele também mostra aspectos do ciclo da água na natureza e sua presença na superfície terrestre (rios, lagos e mares) e na atmosfera, pode-se aproveitar para conversar sobre isso com os estudantes. Estimule-os a falar sobre aspectos climáticos que já tenham observado, como os períodos de maior ou menor precipitação, que denotam padrões sobre a presença da água. Assinale que a Terra é o único planeta do Sistema Solar que tem a água nos três estados (sólido, líquido e gasoso). Ao final da aula, eles podem fazer representações em desenhos, textos ou colagem de figuras sobre os caminhos da água, sem a preocupação com a precisão sobre termos e processos neste momento.

3ª etapa 
Dedique as duas últimas aulas à preparação e à exposição dos resultados finais. Com base no que já foi visto, proponha aos estudantes o debate sobre formas de economizar e utilizar adequadamente a água (a reportagem "Poluição e desperdício reduzem a água disponível no Brasil" tem dados sobre usos e consumo no Brasil ). Esclareça que, para chegar às residências e aos estabelecimentos comerciais e industriais, a água é captada em rios, lagos ou reservatórios, vai para uma estação de tratamento, onde passa por processos de filtragem e purificação, sendo distribuída pela rede aos domicílios e estabelecimentos, pronta para o consumo. Recomenda-se filtrar ou ferver a água antes de bebê-la.

Organizado em pequenos grupos, o pessoal pode elaborar folhetos com dicas para economizar água. Nas residências, é preciso atenção especial com o uso da água no banheiro (não tomar banhos demorados, fechar a torneira ao escovar os dentes ou fazer a barba, consertar vazamentos etc.), na cozinha (manter torneiras fechadas ao ensaboar a louça), evitar o uso de mangueiras em jardins e na lavagem de carros ¬- o gasto de água é muito maior do que com o uso de balde. O controle do consumo residencial pode ser acompanhado pela leitura da conta mensal. Os mesmos procedimentos valem para os ambientes de trabalho. Chame a atenção dos estudantes para as responsabilidades do poder público, encarregado de consertar ou instalar redes de abastecimento e coleta de água e tratamento de esgotos, fazer reparos em vazamentos ou realizar a limpeza de espaços públicos. Os alunos podem desenhar ou colar figuras e desenhos para ilustrar o folheto, que pode ser distribuído a outras turmas da escola e à comunidade.

Avaliação 

Leve em conta os objetivos definidos inicialmente. Como a sequência didática é um conjunto articulado de aulas e atividades, registre a participação dos estudantes nas diferentes etapas e nos trabalhos individuais e coletivos. Examine a produção de textos, painéis, desenhos e outros trabalhos realizados por eles. Se necessário, promova debates ou atividades individuais para examinar o que os estudantes aprenderam neste percurso.


Quer saber mais?

Bibliografia
Ambiente Brasileiro: 500 Anos de Exploração dos Recursos Hídricos, Aldo Rebouças, em Patrimônio Ambiental Brasileiro, Wagner C. Ribeiro (org), Edusp, tel. (11) 3091-2911.

Internet
Revista de Estudos Avançados, v. 22, n. 63, São Paulo, IEA-USP, 2008 (Dossiê Água).
Recursos Hídricos, José Galizia Tundizi, em Revista Multiciência, Unicamp.
Dicas de como economizar água.
A Agência Nacional de Águas apresenta um balanço hídrico do Brasil.
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo oferece explicações sobre o ciclo da água e a gestão dos recursos hídricos.
O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos disponibiliza dados sobre previsão do tempo, cartas sinóticas e fenômenos climáticos.

Vídeo
Vídeo da USP Saber sobre a água
Material para o planejamento:

      Água: sinônimo de consciência ambiental
Toda criança de Zurique, na Suiça, cresce sabendo que pode beber água de qualquer fonte da cidade. E se quiser nadar no principal lago e cartão postal da região? Também pode. Afinal, essa é a cidade em que água é sinônimo de vida e, também, de consciência ambiental
Por Suzana Camargo, de Zurique, Suíça - Edição: Mônica Nunes –
                                                  Planeta Sustentável – 09/10/2008
Ao abrir qualquer torneira em Zurique, o que sairá dela é uma mistura de 70% da água do Zurichsee (principal lago da cidade), 20% de água do subsolo e 10% de fontes naturais. A mistura é potável. Água cristalina, pronta para beber. Até o leite da mamadeira do bebê pode ser preparado com ela.
A água aqui é um grande orgulho, mas nem sempre foi assim. O turista que consegue ver, hoje, o fundo do Zurichsee, através de suas águas límpidas, não pode imaginar como era sua condição na década de 70. O lago era tão poluído, que a luz do sol não atravessava a escuridão, dez metros abaixo da superfície. Estudos apontaram a causa do problema: excesso de fosfato no lago. Grandes quantidades do sal estavam provocando o aparecimento de algas que poluiam a água.
O governo local fez um investimento financeiro gigantesco para limpar o lago. O trabalho de despoluição envolveu novas leis de proteção ambiental e a construção de modernas estações de tratamento de água. Um dos responsáveis pelo projeto foi o Eawag - Instituto Federal Suíço de Ciência e Tecnologia das Águas -, um dos mais importantes do mundo no setor. Mas não foi fácil. Foram necessários 30 anos para que o lago voltasse a ter a água com a mesma qualidade do passado. “Só no ano 2000, o Zurichsee voltou a ser o que era na década de 50”, revela Ulrich Bosshart, vice-diretor do Departamento de Águas de Zurique.
Hoje a cidade pulsa e vive ao redor do lago. No verão, é a praia local. Milhares de pessoas tomam banho no Zurichsee e há constantes eventos e competições sendo realizados lá. É possível beber a água do lago? Bosshart dá uma risada e responde. “Se você estiver nadando e tomar um pouco da água, não há problema nenhum”. Restaurantes, bares e shows ao ar livre são realizados no entorno do lago. Poucas metrópoles européias têm o privilégio de ter uma área pública como essa, bem no centro histórico, turístico e urbano da cidade, que pode ser tão aproveitado assim. 
“A Suíça é privilegiada na sua localização. Está bem próxima de montanhas, o que garante um farto abastecimento de água natural”, afirma Bosshart. Somente o Zurichsee tem capacidade de 3,4 bilhões de m3 de água. Mas há ainda 280 fontes naturais na região. Entretanto, a qualidade da água, que abastece aproximadamente 800 mil pessoas na região metropolitana de Zurique, depende também de outros fatores. Quatro estações são responsáveis pela captação e tratamento da água subterrânea (Hardhof), do lago (Lengg e Moos) e de uma grande fonte natural (Sihlbrugg). Na sequência, a mistura percorre cerca de 1.550 km pela rede de tubulação de água para chegar em cada casa da cidade.
E como evitar a poluição desses mananciais naturais? Leis rígidas e fiscalização intensa. As indústrias são obrigadas a fazer um pré-tratamento dos resíduos antes de despejá-los na rede de esgoto. Para navegar no Zurichsee, os barcos devem ter motores de qualidade, não poluentes. Outra restrição curiosa. Na Suíça é proibido instalar trituradores nas pias (aparelho que pica restos de alimentos e os joga na rede de escoamento da água). “A adição desse lixo orgânico na rede de águas provoca o aparecimento de bactérias e aumenta muito o custo do tratamento”, explica Bosshart.
O lago de Zurique é monitorado constantemente. Seu uso pela população, principalmente durante os meses de calor, não afeta em nada a qualidade de sua água. “Percebemos a presença de substâncias provenientes de protetores solares, por exemplo, mas em quantidades tão pequenas, que não comprometem, em nada, o seu valor”.
Além de ter o privilégio de beber um copo de água que sai direto da pia, quem passa pelas ruas dessa cidade pode também saborear a água das 1.200 fontes. A maioria delas oferece a mesma mistura que chega até as casas. Entretanto, cerca de 400 fontes são abastecidas com água mineral. Nelas, a água vem direto da fonte subterrânea, pura e natural. Pensando sempre mais adiante, planejando o amanhã e não somente o presente, há na área metropolitana outras 80 fontes emergenciais. Caso haja algum problema no abastecimento de água, elas têm um sistema independente da rede local. E não é preciso preocupação com higiene. Pode parecer inacreditável, mas as fontes são lavadas diariamente.
Atualmente, tap water, ou seja, água da pia, está muito em voga. Estima-se que, para chegar até o consumidor, ela consome mil vezes menos energia do que uma garrafa de água mineral. A apreciação por esse recurso natural é tão grande, que recentemente foi lançado um novo souvenir oficial da cidade. É a garrafa ZH20, feita de aço inoxidável, com capacidade para 400 ml de água. Fresca e potável, obviamente proveniente das fontes de Zurique, é um incentivo para que turistas e moradores matem sua sede com uma água segura e barata, ao invés de gastar dinheiro com a mineral, que vem em embalagem de plástico, longe de ser ecologicamente correta. Melhor ainda é saber que, cada consumidor ao comprar a ZH20 ajuda um projeto para levar água potável e com baixo custo para as crianças da Tanzânia.
Será realmente maravilhoso se os suíços conseguirem exportar todo esse conhecimento em administrar os recursos hídricos para outros países, que ainda estão longe de viver uma realidade como a daqui.
                                 Fonte : Nova Escola

Brasil é referência mundial para preservação da água?

O Instituto Hidroex, localizado na região do Triângulo Mineiro, tem grandes chances de ser incluído na rede internacional de referência em recursos hídricos da Unesco por promover, com seriedade, debates sobre a utilização e preservação da água na América Latina e na África
                   Débora Spitzcovsky - Planeta Sustentável - 07/05/2009
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Brasil detém 26% da água doce de todo o planeta. Entender sobre a utilização e preservação do recurso hídrico, portanto, é praticamente obrigatório no país, principalmente, na região que é conhecida por ser a “Caixa d’água do Brasil”, como é o caso de Minas Gerais. O estado é o maior fornecedor de água potável no país e, ainda, é divisor de várias bacias hidrográficas, inclusive internacionais. 
Nesse cenário, foi praticamente irresistível a criação do Instituto Hidroex, na região do Triângulo Mineiro, em 2001, para atuar como centro produtor e difusor de conhecimento das questões relacionadas à água na América Latina e na África. A ideia deu tão certo que, na semana passada, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, foi até Paris participar de uma reunião com o diretor-geral da Unesco, Koichiro Matssura, que, entre outras coisas, visava discutir a inclusão do Hidroex na rede mundial de referência em recursos hídricos da Unesco. 
Aécio Neves voltou sem uma resposta definitiva da Unesco. No entanto, o Conselho da organização deixou claro, no final da reunião, que o Hidroex atua de acordo com as normas e objetivos da Unesco, o que é um passo extremamente positivo rumo à aprovação do Instituto na rede. 
Uma das exigências da Unesco para todos os integrantes da rede internacional de referência em recursos hídricos, no entanto, ficou faltando para o Hidroex: a autonomia administrativa e jurídica do Instituto. Mas o governo de Minas Gerais já anunciou que enviará, em breve, para a Assembléia Legislativa um projeto de Lei que modifique a condição do Hidroex. 
Dessa maneira, a expectativa é de que, ainda este ano, durante a Conferência Geral da Unesco, o Instituto seja oficializado como membro da rede mundial e coloque o Brasil no rol de países que estão, realmente, engajados na preservação da água . “A criação do Hidroex vai além dos méritos de estudos, qualificação de pessoal. Ele me sensibilizou pelo espírito de solidariedade que carrega”, disse Márcio Barbosa, diretor-geral adjunto da Unesco.

Fonte: Nova Escola

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.